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A RETA FINAL DA CAMPANHA ELEITORAL por Rodrigo Mendes

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18/09/2024 às 12h53
Por: Da Redação
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A RETA FINAL DA CAMPANHA ELEITORAL por Rodrigo Mendes

Os números das pesquisas de opinião começam a mudar faltando menos de 20 dias para a eleição. A indecisão vai diminuindo e os eleitores começam a se posicionar na disputa.

Contudo, pesquisas mostram que a maioria dos eleitores detém pouca informação sobre os candidatos e suas propostas para resolver os problemas da cidade.

Diferente do que imaginam boa parte dos analistas e jornalistas, envoltos em sua bolha de superinformação política, é assim mesmo que funciona.

O eleitor médio tem pouco envolvimento e interesse pela política e fica distante das campanhas e da cobertura política diária. Em função deste desinteresse, adia o máximo que pode a atenção nas campanhas eleitorais.

Indivíduos são movidos pela maximização do seu bem-estar e da busca pela melhora de sua vida. Assim, as impressões e os sentimentos pessoais acerca das suas condições de vida (econômicas e sociais) são atalhos para se avaliar a performance dos candidatos. Ao mesmo tempo, a decisão de voto se baseia em uma “racionalidade de baixa informação” fundamentada nas experiências passadas do indivíduo, nas suas crenças, seus valores e em poucas e dispersas informações adquiridas através das conversas, da imprensa e das campanhas eleitorais.

Neste contexto de pouco envolvimento, baixo interesse pela política e de falta de informação mais profunda sobre as competências e as credenciais dos candidatos, o eleitor médio projeta suas próprias crenças e seus valores sobre a oferta de candidatos disponíveis - a partir de uma leitura muitas vezes baseada em imagens - e, intuitivamente, avalia a probabilidade de que determinado político possua as características que ele considera adequadas ou ideais para aquela eleição.

Eles recorrem a atalhos cognitivos e informacionais diversos com o objetivo de reduzir o custo de se informar sobre a eleição. Por conta disso, só se aproximam das campanhas quando está muito perto da votação, faltado de 15 a 20 dias.  

E este tempo chegou!

 

 

 

As pesquisas de opinião confirmam isso: um aumento cumulativo da exposição dos eleitores à propaganda eleitoral. Assim, as notícias e as informações provenientes das campanhas começam a interagir com o cotidiano do cidadão e vão sendo capazes de se relacionar com os problemas que afetam a vida das pessoas.

Neste ponto é fundamental destacar a importância das inserções na TV e no rádio, que entram ao longo da programação normal e “invadem”, aos poucos, o dia a dia das pessoas.

Aqui é preciso, também, chamar atenção para um fato: o candidato que detém maior tempo e frequência na TV e do rádio leva vantagem (claro que existem muitas variações possíveis de contexto que podem alterar esta assertiva).

Neste momento em que o eleitor está mais atento, o que as campanhas precisam fazer?

- Oferecer aos votantes atalhos cognitivos e informacionais que reforcem as imagens dos candidatos;

- Reforçar os vínculos entre as informações prévias dos eleitores, suas crenças e valores e as propostas dos candidatos;

- E estabeleçam diferenças entre os candidatos, de modo a favorecer a decisão.

Ao mesmo tempo, é hora de aumentar o volume. De demostrar que a campanha está crescendo e ganhando força, conquistando cada vez mais adeptos e simpatizantes.  Isso se faz com o ganho de volume da propaganda nas ruas, com o aumento dos valores com impulsionamento nas redes sociais e com mais gente sendo contratada e impactada pela campanha.

Um erro que o eleitor não perdoa é quando a coordenação da campanha deixa a operação perder gás e empuxo na reta final. Esta é a hora de crescer e contagiar os eleitores indecisos. Quem falha neste momento não é perdoado.

Agora é tempo de acelerar.  

* RODRIGO MENDES É PUBLICITÁRIO, SOCIÓLOGO E CIENTISTA POLÍTICO, ESTRATEGISTA DE MARKETING E COMUNICAÇÃO PÚBLICA COM 25 ANOS DE EXPERIÊNCIA, JÁ TENDO COORDENADO 60 CAMPANHAS ELEITORAIS E PRESTADO CONSULTORIA PARA DIVERSOS GOVERNOS, INSTITUIÇÕES E LIDERANÇAS. AUTOR DOS LIVROS - MARKETING POLÍTICO: O PODER DA ESTRATÉGIA NAS COMPANHAS ELEITORAIS. OS SEGREDOS DA GESTÃO PÚBLICA EFICIENTE. MARKETING ELEITORAL: APRENDENDO COM CAMPANHAS MUNICIPAIS VITORIOSAS E NOVAS ESTRATÉGIAS ELEITORAIS PARA UM NOVO AMBIENTE POLÍTICO.

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Rodrigo Mendes em Comunicação e Marketing
Sobre o blog/coluna
Estrategista de Marketing Político com 25 anos atuação em mais de 60 campanhas eleitorais em todo Brasil. Foi secretário de Comunicação do Mato Grosso do Sul. Consultor das Assembleias Legislativas de Minas e Paraíba e dos Governo de Alagoas e Sergipe. Consultor do Tribunal Superior Eleitoral, responsável pela Campanha Vota Brasil. É publicitário, sociólogo, especialista em marketing, pesquisas de opinião, comunicação pública e mestre em Ciência Política. Autor do livro Marketing Político – o poder da estratégia nas campanhas eleitorais e mais de 300 artigos sobre comunicação e marketing político. É Professor da School of Corporate Reputation/Angola e foi professor da pós-Graduação em Marketing Político da UFMG.
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