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O QUE DEFINE AS CHANCES DE VITÓRIA DE UM CANDIDATO? por Rodrigo Mendes

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28/08/2024 às 10h10
Por: Elisson Ferreira Freire
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As chances de vitória ou de derrota de um candidato em uma eleição são definidas a partir de um conjunto de variáveis que se entrecruzam. Em geral, os estudos acadêmicos tendem a isolar uma variável específica e medir qual o impacto dela no resultado eleitoral. Na prática das campanhas eleitorais existe um emaranhado de fatores que interferem no desempenho dos candidatos, mesmo que cientificamente seja difícil precisar qual é o peso de cada variável isoladamente.  


A pergunta é: quais são os fatores mais determinantes nas campanhas, que mais explicam a vitória nas urnas?  


A ideia aqui não é ser exaustivo, mas tentar apontar o que é mais importante.  


A CONJUNTURA E O CLIMA DE OPINIÃO têm grande impacto no resultado da votação, contudo, vários estudos já provaram que a campanha importa, e muito, na performance eleitoral. As pesquisas de opinião são o balizador dos sentimentos populares. Se a maioria dos eleitores quer mudança ou avalia mal um governo, dificilmente um candidato da situação terá grandes chances, ou pelo contrário, um oposicionista, por melhor que seja a sua campanha, não vencerá um prefeito muito bem avaliado. 

OS CANDIDATOS, SUAS FORÇAS E FRAQUEZAS, são determinantes na conformação do cenário da disputa. Portanto, é fundamental conhecer a fundo a imagem de cada um dos adversários, seus pontos fortes e fracos, saber como dialogar com estas percepções e uma ter uma tática específica para cada um dos contendores.   
 

A ORGANIZAÇÃO E A OPERAÇÃO DA CAMPANHA são importantes. Uma campanha eleitoral precisa ter planejamento – com objetivos e metas realistas, uma estratégia bem definida, mecanismos de controle de desempenho etc. Uma campanha desorganizada é o caminho certo para a derrota. Precisa ter uma agenda bem pensada e organizada no tempo para contemplar os segmentos sociais mais relevantes e atingir os objetivos estratégicos definidos no plano. Uma campanha sem uma clara cadeia de comandos e controles, com um organograma que defina quem faz o que, quem manda e quem obedece, sem um fluxo de atividades com definição de tempos e controles, não chegará a lugar algum. Uma campanha precisa estruturar uma boa rede de mobilização com capilaridade na cidade e seus segmentos que ajude na distribuição da comunicação. E ainda precisa ter uma assessoria jurídica experiente, competente e articulada para fazer o embate no campo da Justiça Eleitoral.   
 
RECURSOS FINANCEIROS SÃO IMPRESCINDÍVEIS. Uma campanha sem dinheiro é apenas um sonho, uma ideia. Como estruturar uma campanha profissional sem recursos financeiros? Sinceramente, isso não existe.         A campanha precisa estabelecer mecanismos de arrecadação de fundos e contar com verbas do fundo partidário e eleitoral para ser viável. Sem uma aliança que reúna partidos que tenham acesso a recursos dos fundos tudo fica muito difícil. Até porque, hoje a base do financiamento das campanhas é proveniente de recursos públicos.     
 
APOIOS POLÍTICOS FAZEM DIFERENÇA. A influência dos “padrinhos” políticos e apoiadores pode variar muito de eleição para eleição e o tipo de cargo em disputa. Por exemplo, em uma eleição de prefeito o apoio do governador, que está mais próximo, tende a ser mais importante que o do presidente, visto como mais distante. O prefeito que buscar fazer um sucessor, se estiver bem avaliado, é o apoio mais importante para o seu apoiado. Em geral, numa eleição municipal o peso dos apoiadores e os efeitos da chamada polarização ideológica tendem a ser menores.     
 
O CANDIDATO É MUITO IMPORTANTE. Um pretendente que tenha uma história de vida e um perfil aderente à conjuntura e ao estado de ânimo do eleitor é tudo que uma campanha precisa. Contudo, esta construção nem sempre é simples. Existem características que fazem uma pessoa ser um candidato melhor ou pior: capacidade de comunicação e performance persuasiva (claro que um bom trabalho de media training ajuda bastante), conhecimento e preparo técnico (que também pode ser treinado - infotraning), habilidade política, inteligência emocional, no caso de um mandatário – ter sua gestão bem avaliada e, por fim, ser conhecido e popular (o chamado recall). Tudo isso se resume em uma boa imagem e em um discurso coerente e estruturado que dialogue bem com as expectativas e a demandas dos eleitores.   
 
A COMUNICAÇÃO É ESSENCIAL NA CAMPANHA. Para se comunicar com os públicos é importante ter tempo de televisão e rádio, tanto para o horário eleitoral gratuito e, sobretudo, para as inserções, que entram ao longo da programação normal. Isso também só acontece se a campanha tiver alianças com partidos grandes e que tenham este tempo.  
Da mesma forma é fundamental que o candidato tenha uma rede social ampla que consiga engajar os seguidores com conteúdo regular e relevante. Ter uma rede de WhatsApp forte é também essencial como mecanismo de distribuição de comunicação e escuta social.  

Tudo isso é articulado pelo MARKETING POLÍTICO. Cabe ao marketing analisar a conjuntura e os sentimentos dominantes, estruturar o planejamento, organizar a campanha, preparar o candidato, cuidar de sua imagem e do seu discurso, e, por fim, cuidar da comunicação, dando visibilidade às propostas, apresentando os diferenciais competitivos e persuadindo os eleitores.  
É difícil saber o que importa mais ou menos. É um mix, um conjunto que precisa ser bem-organizado a partir de uma linha mestra que se chama ESTRATÉGIA.   
 
* RODRIGO MENDES É PUBLICITÁRIO, SOCIÓLOGO E CIENTISTA POLÍTICO, ESTRATEGISTA DE MARKETING E COMUNICAÇÃO PÚBLICA COM 25 ANOS DE EXPERIÊNCIA, JÁ TENDO COORDENADO 60 CAMPANHAS ELEITORAIS E PRESTADO CONSULTORIA PARA DIVERSOS GOVERNOS, INSTITUIÇÕES E LIDERANÇAS. AUTOR DOS LIVROS - MARKETING POLÍTICO: O PODER DA ESTRATÉGIA NAS COMPANHAS ELEITORAIS. OS SEGREDOS DA GESTÃO PÚBLICA EFICIENTE. MARKETING ELEITORAL: APRENDENDO COM CAMPANHAS MUNICIPAIS VITORIOSAS E NOVAS ESTRATÉGIAS ELEITORAIS PARA UM NOVO AMBIENTE POLÍTICO. 
 

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Rodrigo Mendes em Comunicação e Marketing
Sobre o blog/coluna
Estrategista de Marketing Político com 25 anos atuação em mais de 60 campanhas eleitorais em todo Brasil. Foi secretário de Comunicação do Mato Grosso do Sul. Consultor das Assembleias Legislativas de Minas e Paraíba e dos Governo de Alagoas e Sergipe. Consultor do Tribunal Superior Eleitoral, responsável pela Campanha Vota Brasil. É publicitário, sociólogo, especialista em marketing, pesquisas de opinião, comunicação pública e mestre em Ciência Política. Autor do livro Marketing Político – o poder da estratégia nas campanhas eleitorais e mais de 300 artigos sobre comunicação e marketing político. É Professor da School of Corporate Reputation/Angola e foi professor da pós-Graduação em Marketing Político da UFMG.
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